sábado, 3 de setembro de 2011

...


Amei com todas as minhas forças e mesmo assim acabou. Acabou não só o amor, mas também as forças para amar. Sinto-me fraca, triste... Tristeza de alma, que ninguém pode ver, nem tocar... só eu – tola – posso sentir. 
... E sentir dói muito mais do que pensar, pois quando se pensa em tristeza só nos lembramos das palavras: dor, angústia, solidão. Mas quando se sente tristeza... dor, angústia, solidão, parecem apenas meras e insignificantes palavras. 
O que a tristeza é não tem nome, não tem palavras, não tem definição. Tristeza só é tristeza quando se sente, quando se fala da tristeza ela vira prosa, poesia, arte, inspiração... pode ser tudo menos tristeza.
Tristeza só é tristeza quando se sente, quando tudo parece se quebrar e se contrair numa dor tão intensa que não se pode descrever. Não há explicação, há dor... dor que só pode ser sentida... há o amor que perde as forças por não ser correspondido ou por ser muito machucado a ponto de ir morrendo, há tudo...
E tudo isto que escrevi não é tristeza... é arte, é poesia, é prosa... são palavras... Tristeza é, tão somente, aquilo que eu estou sentindo, pois jamais será aquilo que escrevo. 
Não se traduz tristeza em palavras...

Sem lembranças



Só queria um quarto. 
Escuro, bem escuro. 
Esquecer que existe celular, facebook, msn, torpedos
ou qualquer sinal por menor que seja,
de que existe vida além de mim nessa galáxia. 
Abandonaria até meus livros. 
Ignoraria papel e caneta. 
Calaria a voz até dos meus pensamentos. 
Silenciaria meus sonhos. 
Nenhum ruído seria permitido. 
Eu queria por algumas horas, esquecer e só. 
Eu queria algumas horas sem lembranças. 
Ah, como eu queria!